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A última reviravolta no caso Kim Soo-hyun / Kim Sae-ron. Enquanto a família do falecido está constantemente a fazer declarações nos meios de comunicação social com material que afirmam ser verdadeiro ou, pelo menos, com "o que a vítima disse", "só eles sabem"; ficamos hoje a saber, através de uma declaração oficial do representante legal de Kim Soo-hyun, que nenhum dos elementos ("uma troca de mensagens no KakaoTalk de junho de 2016, uma mensagem de abril de 2018 e várias fotografias que afirmam ser desse período. Estes elementos tinham sido divulgados publicamente como irrefutáveis"). foram de facto apresentados pela família como prova na investigação de abuso de crianças. O que é que isto significa? Sem os meios de comunicação social, este caso não teria assumido tais proporções e as queixas não se baseiam em mais do que boatos e rumores (ou documentos em vez de digital). Como é que, 9 meses depois, a polícia coreana e o sistema judicial sul-coreano podem permitir que um homem que carregou este país durante tanto tempo e ajudou a torná-lo famoso seja arrastado pela lama desta forma, sem reagir?
O advogado Kho Sang-rock publicou "a sua última mensagem antes de os resultados do inquérito serem tornados públicos". No dia 8 de dezembro, analisamos a situação do ponto de vista de um órgão de comunicação social ocidental que não consegue compreender (e pensamos que não somos os únicos) como é que a Coreia do Sul pode ser tão deficiente no seu sistema jurídico e falhar uma das suas "maiores jóias".
9 meses depois, a família de Kim Sae-ron ainda não entregou as suas "provas" à polícia (!)
No seu último post no Youtube, datado de 8 de dezembro, Kho Sang Rock revela um pormenor que está longe de ser um mero detalhe, reduzindo todas as acusações a "boatos":
"No decurso da investigação, com toda a equipa de advogados, descobrimos novos elementos, informações que nos deixaram a todos desconfortáveis. Em março, os queixosos tinham apresentado 3 elementos de prova que pretendiam demonstrar uma relação entre um menor e um adulto: uma troca de mensagens no KakaoTalk de junho de 2016, uma mensagem de abril de 2018 e várias fotografias que pretendiam ser desse período. Estes elementos foram divulgados publicamente como irrefutáveis. No entanto, até à data, nenhum destes elementos foi apresentado como prova no inquérito sobre o abuso de um menor. Por outras palavras as provas consideradas "decisivas" para acusar o ator de crimes condenáveis nunca foram transmitidas aos investigadores.
Pior ainda, para se defender, cabe agora à vítima de todo este caso apresentar ela própria estas "provas" para defender o seu caso: "Por conseguinte, cabe-nos agora pedir à polícia que as examine, uma situação absurda em que os acusadores não apresentaram nada e são os defensores que são obrigados a apresentar as provas incriminatórias. Isto significa que os queixosos sabiam desde o início que as suas "provas" não eram válidas, mas continuaram a fazer acusações públicas. Além disso, se acrescentarmos o facto de terem juntado as acusações de abuso de menor e de falsas acusações num único ato, mas de a parte da "falsa acusação" ter sido formalmente retirada pelos queixosos, isso confirma, a meu ver, que o espírito inicial da acusação já tinha sido abandonado. Eles preferiram manter a falsa acusação de abuso, apesar do risco de serem processados por difamação."
Então, o que é que a polícia está a fazer? Porque é que a investigação está parada?
É isso que o mundo inteiro parece estar a perguntar-se. Como é que, 9 meses depois de terem sido feitas as primeiras acusações, ainda não há resultados públicos da investigação? Porque é que a análise do áudio da IA ainda não foi publicada? O que é que impede que este caso se arraste por tanto tempo? Do ponto de vista de muitos, tudo isto não faz sentido e só gera frustração e raiva.
Entretanto, os acusadores continuam em liberdade, seja o Youtubeur Garosero ou a família (pelo menos, a mãe de Kim Sae-Ron e a tia falsa). continuando a manter o inferno pelo qual o ator está a passar. Kho Sang-rock afirma: "Até há pouco tempo, parti do princípio de que os queixosos acreditavam sinceramente no que estavam a dizer, que tinham sido enganados pelo falecido. Mas as novas provas mostram, pelo contrário, que estão a orquestrar uma escalada de acusações, reescrevendo repetidamente a sua história. A mãe do falecido, em particular, reviveu alegações contraditórias, como um alegado "beijo nas margens do rio Han em 2014 com o ator de 'My Love From the Star'", ou uma oferta absurda de riqueza prometida e casamento. Como podemos acreditar nestas histórias quando sabemos que o ator, na altura, estava a ser perseguido por paparazzi e perseguidores internacionais, e vivia sob proteção, tornando impossível qualquer saída em público? E, no entanto, os rumores continuam a surgir. O ator tem de se defender mais uma vez de acusações totalmente desproporcionadas, numa altura em que ainda mal recuperou de um escândalo público."
Mas ultimamente, a opinião pública, que é agora largamente favorável ao ator, está cansada e farta. (Os cibernautas estão cansados de esperar por milhares de fotografias e provas da família, cansados das manipulações e dos documentos Excel apresentados como "provas forenses"). A família sabe disso e parece estar a usar todo este barulho, juntamente com Garosero, para abafar a investigação.
"Excesso de acusações, manipulação mediática e exaustão psicológica Estamos num período em que a verdade e a mentira se misturam sem pudor. Para não serem acusados de perjúrio, os queixosos continuam a acrescentar elementos que não podem ser verificados: "o que a vítima disse", "só eles sabem", "provas recolhidas depois dos factos"... Formulações vagas e impossíveis de verificar. Apesar disso, as acusações continuam a ser veiculadas, causando enormes prejuízos ao ator e à sua reputação. Penso que esta estratégia tem por objetivo abafar a verdade com uma torrente de declarações contraditórias, a fim de tornar a investigação interminável e a acusação plausível aos olhos do público.
Mais uma vez, qualquer pessoa no seu perfeito juízo perguntaria: "O que é que a polícia está a fazer?" Por que é que a Coreia do Sul deixa um dos seus maiores jogadores num tal vazio, espezinhado pelos seus detractores? Será que a polícia é capaz de lidar corretamente com este caso? É o que todos se interrogam, até mesmo o advogado Kho Sang-rock: "Tenho de admitir que duvido do empenhamento das autoridades em tratar este caso com o rigor que merece. Apesar da ausência total de provas tangíveis, sem fotografias, sem trocas de impressões verificadas, sem elementos tangíveis, as acusações continuam a ser divulgadas. Exortámos a polícia a analisar seriamente os registos telefónicos, os históricos de correio eletrónico, as fotografias e tudo o que possa ajudar a distinguir entre a verdade e a calúnia. Mas, até à data, nada foi tornado público.
O caso Kim Soo-hyun: a vergonha de um país inteiro
Sejamos francos: 9 meses depois, este caso levanta muitas questões: será a Coreia do Sul capaz de defender as suas celebridades face à cultura do cancelamento? Será a Coreia do Sul capaz de defender as suas celebridades face à cultura do cancelamento, que utiliza com tanto orgulho para se promover internacionalmente? Estará, como os seus kdramas muitas vezes a retratam, poluída de pessoas mal-intencionadas no seio da polícia e do sistema judicial para que um caso destes (em que os utilizadores da Internet parecem resolver e reunir provas mais rapidamente do que as autoridades que deveriam estar no comando) demore tanto tempo?
Porque não tornar públicos, de uma vez por todas, os progressos do inquérito? Seja como for, de um ponto de vista ocidental, todas as atenções estarão viradas para o país há semanas e tudo o que resultou até à data foi uma grande incompreensão (e raiva para os fãs). O caso Kim Soo-hyun ficará na história (pelo menos por enquanto, enquanto a polícia permitir que continue assim) como a desgraça de todo um sistema neste país: a incapacidade de resolver um caso e de defender aqueles que tanto contribuem para ele.
O comunicado de imprensa completo de Kho Sang-rock pode ser consultado na sua publicação no YouTube e traduzido para francês através da conta de Kim Soo Hyun em França.
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